a minha mão consegue sempre alcançar

o mecanismo do esquecimento,
a momentânea aniquilação do vento,
a urgência de querer escapar cada dia,
oh, que dolorosa fuga da vida!
vejo a manhã perturbada com o meu reflexo
sempre que carrego o abstrato como coroa,
deixo que as ilusões me mantenham de pé
enquanto anseio que a tragédia se torne bela,
e continuo a esperar por agosto
onde o mar abraça sem reconhecer.

Fragmentos (2022)

Eufeme nº26 (Janeiro/Março 2023) - Magazine de Poesia